Economia desacelera em relação ao trimestre anterior, mas mantém avanço de 1,8% na comparação anual O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil ...
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou variação positiva de 0,1% no terceiro trimestre de 2025, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (4). Em valores correntes, a economia movimentou R$ 3,2 trilhões.
O desempenho representa uma leve desaceleração em relação ao segundo trimestre, quando a economia havia crescido 0,3%. Na comparação com o mesmo período de 2024, o PIB avançou 1,8%, superando as projeções de mercado, que estimavam alta de 1,7%.
Já o resultado trimestral ficou abaixo da expectativa de analistas, que previam expansão de 0,2%. O IBGE destaca que o período foi marcado por aumento das exportações e crescimento do consumo do governo, enquanto o consumo das famílias e o setor de serviços perderam ritmo.
Setores da economia
Na comparação com o trimestre anterior, a Agropecuária avançou 0,4%, enquanto a Indústria cresceu 0,8%, impulsionada pela indústria extrativa e pela retomada de investimentos. O setor de Serviços, responsável por mais de 70% do PIB, registrou alta de 0,1%, também abaixo do período anterior.
Entre as atividades de serviços, somente o setor financeiro apresentou retração (-1%). Transporte e armazenagem (+2,7%), informação e comunicação (+1,5%) e atividades imobiliárias (+0,8%) foram os destaques positivos.
O consumo das famílias cresceu 0,1%, resultado associado ao crédito caro e ao impacto dos juros em 15% ao ano, que reduzem a disposição das famílias para consumir. O desemprego em baixa histórica, segundo o IBGE, ajudou a conter a queda.
O consumo do governo, por sua vez, teve expansão de 1,3%, e os investimentos cresceram 0,9%, revertendo a queda de 2,2% registrada no trimestre anterior.
Exportações ganham força
No setor externo, as exportações cresceram 3,3% no período, enquanto as importações subiram 0,3%. De acordo com o IBGE, o resultado foi influenciado pelo desempenho das commodities, com destaque para a indústria extrativa, soja e carne.
Apesar de impactos pontuais do “tarifaço” sobre alguns setores, como o de madeira, os exportadores conseguiram redirecionar parte da produção para outros mercados, especialmente China.
Avaliação do governo
A Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Fazenda, avaliou que o resultado reflete o impacto da política monetária restritiva sobre o consumo. A pasta destacou que, mesmo com a desaceleração, as revisões nas séries anteriores mantêm o “viés positivo” para o crescimento em 2025.
Segundo o governo, a expectativa é de novo avanço no quarto trimestre, impulsionado por melhora no setor de serviços.
A projeção do mercado financeiro é de crescimento de 2,16% do PIB em 2025, após alta de 3,4% no ano anterior.
No cenário internacional, entre as maiores economias do G20 que divulgaram resultados, o Brasil ocupou o 11º lugar no ranking trimestral, a 8ª posição na comparação anual e a 6ª colocação no acumulado de quatro trimestres.